sábado, 27 de junho de 2009

Crónica do Mês - Julho

Desde já, começo por agradecer o convite feito pelo meu amigo Nuno Lopes, para escrever uma crónica para o seu blogue, blogue que tinha tido conhecimento da sua existência, dias antes do convite.
É louvável, jovens fangueiros terem este tipo de iniciativas, que dinamizam Fão e debatem os problemas que a nossa Vila possui, para que pelo menos, os restantes Fangueiros tenham conhecimento deles, e lhes seja permitido um local de livre expressão, pressionando também o poder local a agir e tomar consciência desses problemas.
Aceitei prontamente, há exactamente um mês atrás, foi-me pedido que falasse sobre Fão, na altura não compreendi a dificuldade dessa tarefa, mas, à medida que fui pensando sobre um tema, tomei consciência da sua dificuldade.
Tenho andado afastado de Fão durante os últimos quatro anos, e agora que terminei o curso é que tenho tido tempo para apreciar a minha terra. Portanto, li exaustivamente todo este blogue e grande parte do “Novo Fangueiro” para me inteirar e poder escrever algo com fundamento.
Reparei, que a Política é algo que suscita grande participação dos Fangueiros, e como estamos em ano de eleições, decidi abordá-la ligeiramente. Essa participação dos Fangueiros, deve-se provavelmente, porque não estamos habituados à mudança…!
Mas os Fangueiros, alguma vez, tiveram realmente que se debruçar e reflectir sobre quem escolher para Presidente da Junta nas últimas três eleições? A minha opinião é Não. Nunca existiu uma candidatura que fizesse frente ao Sr. José Artur e isso para Fão, é lamentável, porque significa que nos últimos 12 anos não existiu uma candidatura credível, em que os Fangueiros acreditassem, que os fizesse duvidar, ponderar e escolher pela melhor.
Não coloquem as minhas palavras num centro-direita político, porque sou da opinião que mais de três mandatos em cargos políticos é demais, e é demais porque surge a acomodação, e penso que deve existir frescura e força para trabalhar no próximo Presidente. Contudo, após esta reflexão, surge-me outra, mas então se não há candidatos que façam mais do que apresentar “chavões políticos” e que em nada vão mudar as actuais políticas realizadas em Fão, para quê arriscar numa mudança?
O que eu vejo, é que temos um pavilhão gimnodesportivo mal aproveitado, o que eu vejo, é que o Clube Náutico está adormecido, um clube por onde passaram Belmiro Penetra e Emanuel Silva. Vejo um Museu fechado, vejo a marginal do rio cheia de dejectos de pato e ervas daninhas, vejo um cemitério medieval sem sinalização, completamente abandonado. Vejo um centro paroquial…mas, afinal para quê que aquilo serve? Para dar catequese a meia dúzia de crianças? Fão tem vários tipos de sinais informativos diferentes, quando devia ter os sinais todos iguais, vejo placas privadas a indicar restaurantes, discotecas, vejo sinais novos à entrada da “avenida da praia” a indicar os Hotéis e mais á frente os antigos com as mesmas informações, vejo o nome de Fão rasurado á entrada da Ponte, quando aquilo devia ter um letreiro a dizer Fão até Esposende, para quem o risca ver bem o F o A e O.
Vejo o poder autárquico local de mão dada com os construtores que destroem o Pinhal de Ofir para construir condomínios de luxo onde vão viver ricaços de fim-de-semana. Vejo o poder autárquico local fechar os olhos a empresários que destroem centenas de pinheiros por capricho, e quando eles já estão cortados, então sim, “bora ir buscar um licença á câmara para isto ficar legal”. È isto que eu vejo, e não me digam que o poder autárquico não pode fazer nada em relação a isto, o centro desportivo, foi construído numa ZONA DE RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL, se podem permitir que construam, também podem impedir que o façam.
Mas, vejo uma oposição sem ideias, vejo o Sr. Edgar Silva (MPT) a dizer que Fão está “Na cauda das freguesias do Concelho”, é a frase mais lamentável na sua entrevista propagandista, sem fundamento, sem senso-político algum. Por momentos pensei que estivesse a falar do campeonato nacional da III divisão onde Fão joga, mas não, é mesmo da Vila.
Já o Sr. Luís Peixoto (PS) defende a variante a passar pelo centro desportivo, conclusão, defende que mais pinhal seja mandado abaixo e que se inutilize uma vasta área de terreno agrícola. Mas parece que a ideia não é sua, portanto não está a defender nada pessoal. Contudo, não se vê grandes ideias a partir deste candidato, baseando-me na sua entrevista ao “Jornal de Esposende”, nada de novo, e pelo que muitos dizem, falta-lhe garra e convicção no que diz.
Assim, não vejo alternativas ao Sr. José Artur (PSD), mesmo apesar de todos os problemas que já referi e de não gostar da monotonia que surge em mandatos múltiplos.
Alguém disse, que o problema de Fão não está no poder político, mas sim nos jovens fangueiros que não se interessam por Fão, um tanto verdade na minha opinião, daí ser importante continuar com a Festa da Cerveja e do Marisco que ajuda várias associações e junta bastantes jovens. As iniciativas de animação de Verão devem ser aumentadas levando á participação dos jovens fangueiros. È importante o Poder político local lutar para que tradições Fangueiras não se percam, não deixando morrer “A paixão de ser Fangueiro”.
Talvez fosse mais útil os candidatos políticos lutarem por um Fão melhor, em vez de lutarem propriamente pelo cargo político, isso sim, seria um exemplo para os jovens Fangueiros, um exemplo de ser Fangueiro.
Por ser Biólogo, e por ser Fangueiro, não podia deixar de fazer uma referência ao Sr. Carlos Palma Rio pelo seu livro “Fão Natural…”, está de parabéns por este trabalho fantástico.

Até á próxima.
Um Abraço
Dário Lúcio Ferreira de Jesus - dario_lucio_jesus@hotmail.com

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